Inflação de novembro é a menor desde 2018: economia mostra fôlego e arroz ajuda mais que indicador
IPCA sobe só 0,18% e derruba preços na mesa do brasileiro enquanto passagens aéreas puxam o índiceIPCA sobe só 0,18% e derruba preços na mesa do brasileiro enquanto passagens aéreas puxam o índice
A inflação de novembro decidiu dar um presente antecipado para o Brasil: o IPCA fechou o mês com alta de apenas 0,18%, o menor resultado para novembro desde 2018. Sim, em plena economia global instável, o indicador resolveu provar que, às vezes, o país do “sempre sobe” também sabe descer — pelo menos quando o assunto é preço de arroz e tomate.
O salto de 0,09 ponto percentual em relação a outubro veio basicamente das alturas… literalmente: as passagens aéreas subiram 11,9% e sozinhas responderam por 0,07 p.p. do índice. Ou seja, o IPCA está tão comportado que uma viagem de avião tem força para balançar a estatística nacional. Energia elétrica residencial também ajudou com 1,27%, e hospedagem fez sua parte com 4,09% — afinal, COP-30 em Belém não acontece todo dia.
Mas se o céu está caro, a mesa do brasileiro respira: o grupo Alimentação e bebidas voltou ao terreno negativo (-0,01%), com o tomate derretendo 10,38% e o arroz caindo 2,86%. O cereal, aliás, virou estrela macroeconômica: acumulou queda de 25% no ano. É o tipo de dado que economista cita em palestra e dona de casa confirma no carrinho do supermercado.
Dentro de casa, o sinal é claro: alimentação no domicílio caiu pelo sexto mês seguido (-0,20%). Fora de casa, a conta desacelerou, com lanche e refeição subindo menos. Em números técnicos, o índice de difusão ficou em 56% — mas, traduzindo, significa que os preços estão distribuindo boas notícias com um pouquinho mais de generosidade.
Nos serviços, a inflação acelerou para 0,60%, puxada pela alta de passagens e hospedagens. Já os itens monitorados — aqueles preços que o governo ajuda a regular — subiram 0,21%, influenciados pela energia elétrica.
Regionalmente, Goiânia liderou o ranking com 0,44% (a conta de luz por lá fez musculação tarifária e subiu 13,02%). No extremo oposto, Aracaju registrou deflação de -0,10%, com destaque para conserto de automóvel e gasolina mais em conta.
INPC também desacelera — boas notícias para quem sente os preços de perto
O INPC, que mede a inflação para famílias de menor renda, ficou quase parado: alta de 0,03% em novembro. No acumulado de 12 meses, o índice caiu para 4,18%, mostrando que a melhora não está restrita às planilhas de economistas — ela chega ao bolso de quem mais precisa.
Em Goiânia, o INPC também foi o mais alto (0,51%), novamente por causa da energia elétrica. Já Belém registrou a maior queda (-0,26%), puxada pelo ônibus urbano (-15,54%) e higiene pessoal.
No conjunto, os números mostram uma economia que está longe da ficção do “milagre”, mas que avança com um detalhe essencial: estabilidade. Inflação baixa significa poder de compra preservado, crédito menos sufocante e uma mesa mais digna — tudo isso enquanto o debate sobre economia segue firme. Porque, no Brasil, até para reclamar de política monetária a gente prefere fazer com arroz barato e tomate em promoção.
Fonte: Revista40graus, IBGE e colaboradores
